Dislexia
A dislexia foi denominada antigamente de dificuldade específica de aprendizagem da leitura e escrita. Sua primeira definição foi proposta por Orton (1937), que julgava a dificuldade ser proveniente de falhas no desenvolvimento da dominância do hemisfério cerebral esquerdo para a linguagem.
Adoto a seguinte definição, descrita pelo Prof. Ian Smythe, especialista internacional sobre a dislexia:
"São alterações resultantes de limitações sensoriais discretas ou de anomalias na organização dinâmica dos circuitos cerebrais responsáveis pela coordenação vísuo-audio-motora. Os indivíduos acometidos são portadores de diferenças de aprendizagem específicas, não tratando-se portanto de uma patologia e sim de um modo diferente de pensar, não uma incapacidade".
O “nome” dislexia pode, muitas vezes, rotular a criança, estigmatizando-a como um problema a ser resolvido e, como conseqüência, passa a enfrentar muitas dificuldades, decorrentes desta discriminação. Porém, todo e qualquer rótulo é fruto da ignorância sobre o tema, da falta de informação e interesse em compreender o distúrbio e suas diversas formas de abordá-lo. As experiências sobre este tema, por nós vivenciadas, faz-nos crer que a discriminação sofrida por uma criança disléxica nasce anteriormente na atitude do educador, que se depara com suas limitações para ensinar, do que com as deficiências apresentadas pela própria criança.